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Como são formados os campeões do esporte francês?
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À primeira vista, os alojamentos em tijolos vermelhos lembram um campus universitário como qualquer outro. Mas o Instituto Nacional do Esporte de Alta Performance da França (INSEP), forma os maiores atletas do país. A RFI realizou uma visita a esta espécie de internato, na zona leste de Paris, para desenvolver os melhores talentos. Localizado numa área de 28 hectares no bosque de Vincennes, o centro esportivo tem as melhores instalações para diversas modalidades olímpicas.
Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris
Fundado em 1975, este é o centro de treinamento olímpico e paralímpico de referência na França, onde mais de 500 atletas de alto nível encontram as condições ideais para evoluir.
"A particularidade do INSEP é ter, em um só lugar. todos os componentes: a formação, o treinamento e o alojamento", explica a diretora adjunta Anne Barrois-Chombart. "A vantagem é diminuir os deslocamentos, sabemos que o tempo é muito importante para um esportista de alto nível e o objetivo é otimizá-lo, para que o atleta possa consagrar o tempo disponível ao treino, à formação e a sua recuperação", completa.
Cada atleta tem apoio personalizado, acompanhamento médico e psicológico, além de formação e até reconversão profissional. Por aqui já passaram nomes como o judoca bicampeão olímpico Teddy Riner e o canoísta Tony Estanguet, hoje presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024.
Com orçamento anual de € 38 milhões, o instituto emprega 280 treinadores. muitos deles ex-atletas ou indicados pelas confederações esportivas.
Franck Abrial competiu nas Olimpíadas de 1988 e hoje é um dos responsáveis pelo departamento de luta. "A prioridade é o esporte e a performance, mas nessa casa eles também podem construir o seu projeto de vida, para depois entrar na carreira que quiserem", diz, em entrevista à RFI Brasil.
O ex-lutador de wrestling conta que os atletas levaram alguns dias para se adaptar ao tatame mais rígido, recém-instalado, uma réplica do que será usado das competições de Paris 2024. "Psicologicamente, dizer que é o mesmo tatame que nos Jogos Olímpicos já é uma vantagem", explica. "Nós viemos aqui, colocamos nosso calçado de luta, e esse contato com a superfície quando vamos combater um adversário, é como sentiremos nos Jogos Olímpicos, e nos sentimos bem", descreve.
A pista de atletismo também acabou de ser reformada e é semelhante à oficial do Stade de France, local das competições olímpicas.
As pistas de esgrima do INSEP também foram modernizadas. O gerente da Unidade de Instalações Esportivas, Frederic Charles, fala dos benefícios para os atletas franceses. "Podemos pensar que eles estarão em ótimas condições e que não precisarão de uma fase de adaptação, e se eles não têm tempo ou não querem treinar nas pistas onde vão acontecer os Jogos, porque tem muita gente e poucos horários disponíveis, eles sabem que treinaram, dois ou três meses antes, nas pistas que encontrarão nas Olimpíadas", diz.
Campo de base da França
Várias equipes da França ficarão concentradas no INSEP para os últimos ajustes e o entrosamento do grupo, antes de irem para a Vila Olímpica, em Saint-Denis.
É o caso da corredora Gemima Joseph, classificada para os 100 e os 200 metros rasos. Ela treina o sprint com uma carga a mais, presa a um cabo, e tudo é verificado nas imagens e em programas de computador. "Isso permite que eu esteja no meu melhor nível, eu sei que as minhas adversárias estarão no topo, e aqui eu tenho os melhores equipamentos para poder me aperfeiçoar", diz "Eu estou feliz de poder usufruir disso e competir no mais alto nível", acrescenta. "Aqui, eu posso acertar pequenos detalhes, a explosão e resistência nos 100 metros, me permite trabalhar mais duro e quando retirarmos a carga, eu estarei mais leve, mais livre e mais competitiva", aposta.
Tecnologia de ponta
Ao visitar um centro de treinamento como o INSEP, vemos que a tecnologia é cada vez mais importante para a boa performance de um atleta. Porém, se os computadores e sensores ajudam a conhecer a condição física naquele momento, os dados servem apenas indicadores para o treino.
É o que explica Nicolas Prevost, responsável pelo laboratório de ajuda a performance. "É mais uma ajuda à decisão, do que realmente nos dar ordens precisas ou que tenhamos que seguir o computador. É mais uma ajuda e nós fazemos as escolhas, nós decidimos o que implantar", afirma.
O laboratório fica dentro de um ginásio de 13.000 metros quadrados dedicado ao atletismo. Os equipamentos ajudam a testar o preparo de cada atleta. Um colega jornalista aceitou medir sua performance no salto, e não se saiu mal. Também testamos uma outra máquina, com o objetivo de avaliar a cognição e a rapidez de resposta a um estímulo.
Nicolas Prevost lembra, no entanto, que não há receita mágica para formar um campeão. "Se tivéssemos a receita, nós seguiríamos. Não tem receita. Há diferentes perfis de atletas. Alguns são muito talentosos naturalmente, mas que têm dificuldades, há outros que precisam de muito trabalho para desenvolver o seu talento, cada atleta é diferente e tem sua singularidade. E nós nos adaptamos a eles", conclui.
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À primeira vista, os alojamentos em tijolos vermelhos lembram um campus universitário como qualquer outro. Mas o Instituto Nacional do Esporte de Alta Performance da França (INSEP), forma os maiores atletas do país. A RFI realizou uma visita a esta espécie de internato, na zona leste de Paris, para desenvolver os melhores talentos. Localizado numa área de 28 hectares no bosque de Vincennes, o centro esportivo tem as melhores instalações para diversas modalidades olímpicas.
Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris
Fundado em 1975, este é o centro de treinamento olímpico e paralímpico de referência na França, onde mais de 500 atletas de alto nível encontram as condições ideais para evoluir.
"A particularidade do INSEP é ter, em um só lugar. todos os componentes: a formação, o treinamento e o alojamento", explica a diretora adjunta Anne Barrois-Chombart. "A vantagem é diminuir os deslocamentos, sabemos que o tempo é muito importante para um esportista de alto nível e o objetivo é otimizá-lo, para que o atleta possa consagrar o tempo disponível ao treino, à formação e a sua recuperação", completa.
Cada atleta tem apoio personalizado, acompanhamento médico e psicológico, além de formação e até reconversão profissional. Por aqui já passaram nomes como o judoca bicampeão olímpico Teddy Riner e o canoísta Tony Estanguet, hoje presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024.
Com orçamento anual de € 38 milhões, o instituto emprega 280 treinadores. muitos deles ex-atletas ou indicados pelas confederações esportivas.
Franck Abrial competiu nas Olimpíadas de 1988 e hoje é um dos responsáveis pelo departamento de luta. "A prioridade é o esporte e a performance, mas nessa casa eles também podem construir o seu projeto de vida, para depois entrar na carreira que quiserem", diz, em entrevista à RFI Brasil.
O ex-lutador de wrestling conta que os atletas levaram alguns dias para se adaptar ao tatame mais rígido, recém-instalado, uma réplica do que será usado das competições de Paris 2024. "Psicologicamente, dizer que é o mesmo tatame que nos Jogos Olímpicos já é uma vantagem", explica. "Nós viemos aqui, colocamos nosso calçado de luta, e esse contato com a superfície quando vamos combater um adversário, é como sentiremos nos Jogos Olímpicos, e nos sentimos bem", descreve.
A pista de atletismo também acabou de ser reformada e é semelhante à oficial do Stade de France, local das competições olímpicas.
As pistas de esgrima do INSEP também foram modernizadas. O gerente da Unidade de Instalações Esportivas, Frederic Charles, fala dos benefícios para os atletas franceses. "Podemos pensar que eles estarão em ótimas condições e que não precisarão de uma fase de adaptação, e se eles não têm tempo ou não querem treinar nas pistas onde vão acontecer os Jogos, porque tem muita gente e poucos horários disponíveis, eles sabem que treinaram, dois ou três meses antes, nas pistas que encontrarão nas Olimpíadas", diz.
Campo de base da França
Várias equipes da França ficarão concentradas no INSEP para os últimos ajustes e o entrosamento do grupo, antes de irem para a Vila Olímpica, em Saint-Denis.
É o caso da corredora Gemima Joseph, classificada para os 100 e os 200 metros rasos. Ela treina o sprint com uma carga a mais, presa a um cabo, e tudo é verificado nas imagens e em programas de computador. "Isso permite que eu esteja no meu melhor nível, eu sei que as minhas adversárias estarão no topo, e aqui eu tenho os melhores equipamentos para poder me aperfeiçoar", diz "Eu estou feliz de poder usufruir disso e competir no mais alto nível", acrescenta. "Aqui, eu posso acertar pequenos detalhes, a explosão e resistência nos 100 metros, me permite trabalhar mais duro e quando retirarmos a carga, eu estarei mais leve, mais livre e mais competitiva", aposta.
Tecnologia de ponta
Ao visitar um centro de treinamento como o INSEP, vemos que a tecnologia é cada vez mais importante para a boa performance de um atleta. Porém, se os computadores e sensores ajudam a conhecer a condição física naquele momento, os dados servem apenas indicadores para o treino.
É o que explica Nicolas Prevost, responsável pelo laboratório de ajuda a performance. "É mais uma ajuda à decisão, do que realmente nos dar ordens precisas ou que tenhamos que seguir o computador. É mais uma ajuda e nós fazemos as escolhas, nós decidimos o que implantar", afirma.
O laboratório fica dentro de um ginásio de 13.000 metros quadrados dedicado ao atletismo. Os equipamentos ajudam a testar o preparo de cada atleta. Um colega jornalista aceitou medir sua performance no salto, e não se saiu mal. Também testamos uma outra máquina, com o objetivo de avaliar a cognição e a rapidez de resposta a um estímulo.
Nicolas Prevost lembra, no entanto, que não há receita mágica para formar um campeão. "Se tivéssemos a receita, nós seguiríamos. Não tem receita. Há diferentes perfis de atletas. Alguns são muito talentosos naturalmente, mas que têm dificuldades, há outros que precisam de muito trabalho para desenvolver o seu talento, cada atleta é diferente e tem sua singularidade. E nós nos adaptamos a eles", conclui.
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