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Redação Polititank: Simone Biles e a minha sanidade mental

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Coluna "A minha sanidade mental" por Emanuel Almeirante [Áudio]

Disclaimer – Este artigo é de opinião, portanto discordar dele é natural e de salutar, assim como o reverso. No entanto, isso não significa que tu estejas certo.

Tem-nos sido servida uma salada russa polarizada de opiniões efervescentes. Na grande maioria, das que me bateram nos olhos, de amor, compreensão e aconchego. Mas claro que há sempre o outro lado da moeda, em que se atira no alvo e depois se pergunta alguma coisa. Porque o importante é fundamentar a nossa visão do mudo, nas brechas alheias.

Serve este preâmbulo para explicar que, Simone Biles é uma cidadã norte-americana perfeitamente normal, banal diria até, até que entre numa qualquer competição de ginástica artística, por exemplo, os Jogos Olímpicos, para aí sim ser excepcional, dedicada e corajosa. Nesses momentos passa à nossa frente com a leveza de quem muito trabalha, e estoica tenta superar e inovar a cada nova passagem por nós.

Tendemos a esquecer rapidamente, as provações que esta pequena (1,42 m) teve que enfrentar, algumas delas alvo de notícia, para poder estar permanentemente, sob os holofotes a fazer nada menos que o muito difícil e às vezes para lá disso. Nestas minhas diatribes, pela internet, pelos jornais e televisões para saber mais sobre este tema e o seu aparato aparente, dei por mim a refletir no poder da inveja, na sensação de poder que tem a ignorância ou a simples indiferença. Quantas coisas cabem dentro de alguém sem antes ser feita a questão primordial, porquê Simone? Tentando responder, não por ela, mas pela minha cabeça, acho que a resposta começa por ser simples, porque sim, porque eu acho que devo, porque sinto que tenho esse dever com a minha pessoa. Mas se adensarmos a questão, vamos encontrar mais razões para acrescer a esta razão, podemos entender também que a cabeça é o começo de tudo e o fim dele mesmo. Portanto, seriamos tentados a achar que nesta modalidade, de real perigo físico, a questão mental é algo que deve ser e estar o mais afiada possível. Não só isso, como nós próprios, devemos estar convencidos disso mesmo. Ou seja, a presença de espírito é fulcral.

Transportemos isto para a sociedade, para a vida no geral e vamos dar por nós a pensar quantas vezes fomos levados a crer que a dificuldade é só uma coisa que se ultrapassa, mas às vezes não é, às vezes é uma árvore em que batemos de frente para não cairmos da ribanceira abaixo. Mais do que um balsamo para nós mesmos, devemos pensar em todas as outras pessoas que não a Simone Biles, que são como ela, para não falar, de toda a imensidão de pessoas em estados mais profundos de doenças do foro mental. Concentremo-nos “só” nestas, as que, por alguma razão, tiveram de parar, mais ou menos tempo para tratarem de si, do seu bem-estar e da sua vida. Serão estas pessoas merecedoras da compaixão ou de comiseração? Eu digo, muitas vezes, que não gosto de participar em sessões de auto comiseração ou de piedade para com outrem, prefiro pensar naquilo que posso fazer, no momento, para elevar o individuo, naquilo que corretivamente ajudará esta pessoa a prosseguir. A resposta é quase sempre, uma coisa que eu vejo perdida hoje em dia, a compaixão, não aquele esgar de pena que se exibe com autoridade moral, mas sim sentir com a disponibilidade que cada um de nós tenha o que o outro sente e anseia. É bom não esquecer que quando, aos nossos olhos, quem falha, perde, no meu entender, quem perde somos nós, a oportunidade de praticar o bem, de crescer e amadurecer e perde-se a valia do que em nós, de melhor existe… a cooperação para construir.

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Tem-nos sido servida uma salada russa polarizada de opiniões efervescentes. Na grande maioria, das que me bateram nos olhos, de amor, compreensão e aconchego. Mas claro que há sempre o outro lado da moeda, em que se atira no alvo e depois se pergunta alguma coisa. Porque o importante é fundamentar a nossa visão do mudo, nas brechas alheias.

Serve este preâmbulo para explicar que, Simone Biles é uma cidadã norte-americana perfeitamente normal, banal diria até, até que entre numa qualquer competição de ginástica artística, por exemplo, os Jogos Olímpicos, para aí sim ser excepcional, dedicada e corajosa. Nesses momentos passa à nossa frente com a leveza de quem muito trabalha, e estoica tenta superar e inovar a cada nova passagem por nós.

Tendemos a esquecer rapidamente, as provações que esta pequena (1,42 m) teve que enfrentar, algumas delas alvo de notícia, para poder estar permanentemente, sob os holofotes a fazer nada menos que o muito difícil e às vezes para lá disso. Nestas minhas diatribes, pela internet, pelos jornais e televisões para saber mais sobre este tema e o seu aparato aparente, dei por mim a refletir no poder da inveja, na sensação de poder que tem a ignorância ou a simples indiferença. Quantas coisas cabem dentro de alguém sem antes ser feita a questão primordial, porquê Simone? Tentando responder, não por ela, mas pela minha cabeça, acho que a resposta começa por ser simples, porque sim, porque eu acho que devo, porque sinto que tenho esse dever com a minha pessoa. Mas se adensarmos a questão, vamos encontrar mais razões para acrescer a esta razão, podemos entender também que a cabeça é o começo de tudo e o fim dele mesmo. Portanto, seriamos tentados a achar que nesta modalidade, de real perigo físico, a questão mental é algo que deve ser e estar o mais afiada possível. Não só isso, como nós próprios, devemos estar convencidos disso mesmo. Ou seja, a presença de espírito é fulcral.

Transportemos isto para a sociedade, para a vida no geral e vamos dar por nós a pensar quantas vezes fomos levados a crer que a dificuldade é só uma coisa que se ultrapassa, mas às vezes não é, às vezes é uma árvore em que batemos de frente para não cairmos da ribanceira abaixo. Mais do que um balsamo para nós mesmos, devemos pensar em todas as outras pessoas que não a Simone Biles, que são como ela, para não falar, de toda a imensidão de pessoas em estados mais profundos de doenças do foro mental. Concentremo-nos “só” nestas, as que, por alguma razão, tiveram de parar, mais ou menos tempo para tratarem de si, do seu bem-estar e da sua vida. Serão estas pessoas merecedoras da compaixão ou de comiseração? Eu digo, muitas vezes, que não gosto de participar em sessões de auto comiseração ou de piedade para com outrem, prefiro pensar naquilo que posso fazer, no momento, para elevar o individuo, naquilo que corretivamente ajudará esta pessoa a prosseguir. A resposta é quase sempre, uma coisa que eu vejo perdida hoje em dia, a compaixão, não aquele esgar de pena que se exibe com autoridade moral, mas sim sentir com a disponibilidade que cada um de nós tenha o que o outro sente e anseia. É bom não esquecer que quando, aos nossos olhos, quem falha, perde, no meu entender, quem perde somos nós, a oportunidade de praticar o bem, de crescer e amadurecer e perde-se a valia do que em nós, de melhor existe… a cooperação para construir.

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